A hipocrisia é alimentada cada vez mais na sua gaiola fechada pelo seres humanos

domingo, 28 de março de 2010

Em cima do coqueiro

É, eu estava lá em cima do coqueiro observando as ondas na beira da praia, os movimentos das ondas me levavam junto com elas, com um certo balanço, o vento abafado batia em minha face e meus olhos levemente fechados por causa do vento.
Quanto mais perto do horizonte, menos movimentos no mar, até que vi um movimento diferente; um homem nadando, nadando com um objetivo, dando braçadas fortes e precisas, fui acompanhando ele como tivesse a obrigação de acompanhá-lo. Ele usa os músculos como calma e energia pra nadar. Realmente não tinha a mínima consciência de que um desconhecido o admirava de longe, estou sendo solidário com ele e espero que ele esteja sendo comigo. Eu o admiro, não sei da onde vem essa admiração, mas era uma admiração. incógnita. Eu acompanho o seu esforço solitário, em minha presença já nadou uns trezentos metros faltavam apenas cinqüenta ou sessenta metros pra sair da minha vista, então ele se foi.
 Agora não sou mais responsável por ele, cumpri meu dever e ele cumpriu o dele.
Não desço do coqueiro pra falar com ele e apertar sua mão
Não tenho idéia como são os traços desse homem não quero ser seu amigo porque eu o admirava com um silêncio e de longe. Agora sim posso descer do coqueiro orgulhoso de mim mesmo dizendo: “eu admirei um homem hoje nadando, eu fui responsável por ele”
 Era um simples homem, um animal...


Baseado na cronica "homem no mar" do Rubem Braga

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